Se escolher uma Fonte para um trabalho já não é tarefa fácil, escolher mais de uma complica ainda mais.
Muitos trabalhos exigem que o Diretor de Arte ou Designer tenha mais de uma família tipográfica à disposição.
Títulos, subtítulos, textos, chamadas, boxes, infográficos, ou apenas para dar um estilo diferente na sua criação – as razões para ter mais de uma Fonte são muitas, as regrinhas para acertar na escolha, não.
- Combine uma Fonte Sem Serifa com uma Serifada. E vice-versa.
É uma regrinha bem básica, mas nem por isso menos importante.
No caso de peças publicitárias, Sem Serifa pros títulos e Serifada pros textos costumam ser escolhas mais acertadas. O mesmo vale para livros e projetos editoriais em geral.
Dá para fazer o contrário também, títulos Com Serifa e textos Sem Serifa. Dá um ar até mais moderno, mais cool. É como inverter a lógica, o “status quo”. Mas, preste atenção: textos longos em Fonte Sem Serifa costumam ser cansativos. - Use diferentes pesos da mesma família tipográfica.
Porque não usar pesos e variações da mesma fonte? Algumas famílias apresentam uma variedade bem grande de possibilidades, indo do Extralight até o Extrabold, com opções de Versalete, Italics e Obliques. Famílias como a Helvetica Neue e a Halis Grotesque são bons exemplos disso.
Ao escolher uma única Fonte seu projeto fica com um ar mais moderno e a necessidade de quebrar a monotonia tipográfica é atendida da mesma forma. - Não combine duas Fontes Sem Serifa ou duas Com Serifa
Isso não está escrito em pedra, tampouco está em algum tratado da ONU. Ou seja, é uma regra que pode ser quebrada, subvertida. Mas costuma não funcionar.
O que eu sempre digo é que deve haver uma razão para a escolha, sempre. E escolher para o mesmo trabalho duas Fontes que tragam a mesma sensação, que representem a mesma linha de design, mostra apenas insegurança e desconhecimento do Diretor de Arte sobre o assunto. Não há uma razão para isso. - Contraste é a chave
Desenhos contrastantes marcam mais, mostram mais personalidade, evidenciam a mão do Designer/Diretor de Arte. E isso vale para a escolha tipográfica. Ao escolher duas Fontes, busque aquelas que tem um contraste em seus desenhos, que tragam concepções diferentes. Trajan com Futura. Bebas Neue com Goudy. Experimente e veja a elegância do contraste diante de seus olhos. - Um é bom. Dois ainda é bom. Três, não é.
De novo: não é que você vá pegar 100 anos de prisão ou vai ser perseguido pela Lava-Jato se usar mais de duas famílias tipográficas em um mesmo trabalho.
Mas, em geral, não é preciso, não é uma escolha justificável. Se o trabalho pedir uma terceira variação (Título, texto e box com destaques, por exemplo), tente uma variação de uma das famílias que já está sendo usada no trabalho – Bold, Light, Italic, etc.
Escolher diversas Fontes é como pensar em decoração, olhando objeto por objeto isoladamente sem pensar no ambiente como um todo. Cada peça pode ter sua beleza, mas o conjunto não fica harmônico. - Por último, evite…
… Comic Sans, Papyrus, Brush Script (principalmente em Caixa Alta!), Curlz, e outras aberrações do gênero.
Vá por mim.
Deixe para usar na próxima encarnação.